Amor Coreano - (Português e Legendado)

Tenho, a cada dia, percebido a necessidade de interagir com pessoas que me rodeiam. Sempre é um aprendizado. Hoje, pela manhã, recebi uma ligação telefônica. Nesse momento, eu estava atolado de trabalho e querendo terminar logo uma tarefa importante. No entanto, a pessoa que me ligou, não quis saber se eu estava ocupado. Não foi educada a esse ponto. Começou, logo após o cumprimento, o seu desabafo, revelando ter saído de casa, separando-se do marido, depois de longos anos de convivência e desgaste. Chorou um pouco e continuou a sua ladainha. Foram uns trinta minutos de monólogo. Eu só confirmava com monossílabos que ainda estava na linha, ouvindo-a. Mais tarde, enfrentei um rápido momento desagradável no escritório e foi minha vez de sentir vontade de desabafar. Não o fiz. Quis poupar os ouvidos de alguém. Mas pude perceber como é importante ter alguém que nos ouça. (Por isso escrevo aqui e agora - como se estivesse no divã). Dois dias atrás, recebi um torpedo de uma querida prima que mora em Salvador. Ela me dizia sentir-se desprotegida, e partilhou isso como se pedisse um abraço. A distância foi ingrata, mas consegui ligar para ela e com poucas palavras disse-lhe que podia contar comigo. Ela chorou ao telefone por alguns minutinhos, enxugou suas lágrimas e agradeceu. Eu não sou super-herói para resolver os problemas da humanidade. Nem os meus eu os resolvo, mas sei que o fato de parar gentilmente para dedicar uma atenção sincera faz toda a diferença. Obrigado por você estar lendo meu "diário virtual", é como se você estivesse me ouvindo. E isso já desanuvia meu coração.